Num edifício recuperado do século XIX, em Vila do Conde, acomodaram-se cinco suítes associadas à literatura e com vista para o Mosteiro de Santa Clara. A Guesthouse Eça Agora! é um ponto de partida para se conhecer a cidade.
Tem o nome inspirado em Eça de Queirós, escritor que viveu naquela mesma rua, no centro histórico de Vila do Conde. Para lá chegar, em menos de nada, segue-se a direção da igreja matriz, cruzam-se as típicas ruas estreitas, de solares antigos, pintados de branco e debruados a granito. Os pés fazem-se ao caminho, dando folga ao carro, nesta cidade plana onde tudo fica perto. A dois passos do Largo da Roda, um edifício renovado do século XIX deu lugar a uma guesthouse com cinco suítes. Além de permitir viver a cidade, dormir ali é como ficar em casa de amigos.
Alexandra Lima abriu a Eça Agora! em 2019, optando por fazer dela também um lugar para viver e instalar o seu atelier de arquitetura. “Estava à procura de casa e, ao ver o edifício, percebi o potencial”, conta, enquanto nos mostra o jardim nas traseiras. Na renovação, optou por materiais ecológicos, como, por exemplo, os têxteis das camas, em linho e algodão, a cortiça no chão ou a corda que faz guarda à escadaria, igual à utilizada pelos pescadores.
Habituada a viajar, Alexandra imaginou esta guesthouse com tudo aquilo que ela gostaria de encontrar num alojamento. “Adoro privacidade e de tomar o pequeno-almoço antes do banho”, explica. Além da copa com frigorífico, todos os quartos têm micro-ondas, torradeira e chaleira, para que cada hóspede possa preparar a primeira refeição do dia ao seu ritmo e com tranquilidade. “A ideia é ser um lugar para se estar; não só para dormir, mas para ficar”, acrescenta Alexandra.
Com vista para o Mosteiro de Santa Clara, a casa foi decorada com mobiliário de estilo vintage, coordenado com outras peças contemporâneas, feitas com materiais naturais. Cada suíte foi associada a um romance de Eça de Queirós, cujos livros estão à cabeceira para quem os quiser ler. À chegada, Alexandra entrega um guia, no idioma do hóspede, com sugestões de passeio, porque, diz, a cidade “é um porto de abrigo e um ponto de partida” para se conhecer a região. Depois, é sair à rua e deixar-se levar na direção do mar ou seguir junto ao rio Ave.
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